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CASACOR Pernambuco 2025: arquitetura, afeto e experiências no Recife Antigo

  • Foto do escritor: Danielle Lins
    Danielle Lins
  • 30 de nov.
  • 5 min de leitura

Atualizado: há 2 dias

Um passeio pelo Complexo Niágara sob o tema “Semear Sonhos”, para o quadro Pausa Cultural em Recife


Fachada do Complexo Niágara durante a CASACOR PE 2025. Foto: Danielle Lins
Fachada do Complexo Niágara durante a CASACOR PE 2025. Foto: Danielle Lins

A CASACOR Pernambuco 2025 ocupou um dos endereços mais simbólicos do Recife Antigo e transformou o histórico Complexo Niágara, na Avenida Rio Branco, em um grande circuito de arquitetura, design, paisagismo e experiências sensoriais. Com o tema “Semear Sonhos”, a mostra reuniu, entre os dias 4 de outubro e 30 de novembro, 32 escritórios de arquitetura e design, responsáveis por ambientes diversos, de residenciais a espaços comerciais, culturais e gastronômicos, espalhados por mais de 3 mil metros quadrados.


Nesta edição, caminhar pela CASACOR foi também revisitar memórias, observar o diálogo entre patrimônio histórico e contemporaneidade e perceber como diferentes profissionais traduziram o morar afetivo, o bem-estar e a identidade brasileira em projetos cheios de significado.


Este texto faz parte do meu quadro Pausa Cultural em Recife, onde compartilho minhas andanças, experiências e descobertas pela cidade e região, sempre com um olhar jornalístico, mas leve e acessível.


O circuito da mostra no Complexo Niágara


O Complexo Niágara é formado pelos edifícios Niágara e Aliança, que se conectam internamente e abrigam os ambientes distribuídos em três pavimentos.


Térreo: encontros, serviços e experiências gastronômicas


Logo na entrada, o Pátio dos Leões, assinado por Duna Arquitetura, ambiente de acesso e bilheteria, já apresenta a proposta da edição: valorizar o patrimônio histórico sem abrir mão da contemporaneidade. O espaço dialoga com o simbolismo do leão, presente tanto na arquitetura local quanto na identidade da marca Peugeot, que realizou uma ação no local, e reúne arte, artesanato e elementos originais do prédio.


Ainda no térreo, a CASACOR PE integrou operações gastronômicas e comerciais que funcionaram durante todo o período da mostra. Entre os destaques, o Bar Ponto Cego, com estética inspirada nos bares das décadas de 1980 e 1990, apostou em cores vibrantes e referências afetivas. Já o Restaurante CÁ-JÁ trouxe uma proposta de convivência entre cultura, arte e bem-estar, com estantes que funcionam como uma biblioteca viva e um ambiente pensado para permanecer.


O pavimento também contou com cafés; lounges; livraria; lojas de artesanato, design autoral, joias, velas e uma loja-conceito de óculos, além de espaços que uniram paisagismo, sustentabilidade e experiências sensoriais.


Segundo andar: intimidade, memórias e cotidiano


No segundo pavimento, os projetos exploraram o morar em sua dimensão mais íntima. Ambientes como suítes, quartos e salas revelaram propostas que dialogam com memórias afetivas, infância, juventude e relações humanas.


Espaços como a Suíte Essência, assinado por Estúdio NOI Arquitetura, apostaram em conforto e acolhimento a partir de objetos carregados de história. O Jardim do Primeiro Sonho, assinado por Mayra Menezes, trouxe uma leitura delicada da infância, enquanto o Refúgio do Jovem, assinado por Rafaella Bittencourt, apresentou um quarto pensado para acompanhar as transformações da adolescência.


O Vertentes Vivix, assinado por Maria Meira Lins Arquitetura, propõe uma pausa em meio ao ritmo acelerado do cotidiano. O ambiente trabalha a relação entre luz e sombra de forma sutil, criando uma atmosfera de calmaria e contemplação que convida o visitante a desacelerar e se reconectar com os sentidos.


Projetos como Entrelaços – Onde a casa abraça as relações, assinado por Studio M2 Arquitetas, e o Cine Club Casa, assinado por Plier Arquitetura, destacaram a convivência como eixo central do morar contemporâneo. Já ambientes como a Cozinha Viva Deca, assinado por Cecília Lemos Arquitetura, e a Casa Concreta, assinado por Dubeux Vasconcelos Arquitetura, mostraram como materiais, arte e funcionalidade podem coexistir de forma sensível e potente.



Terceiro andar: arte, natureza e narrativas autorais


Já no terceiro andar encontrei alguns dos ambientes mais marcantes da edição. O Refúgio da Alma, assinado por Atmosphera plantas e paisagismo, dedicado ao paisagismo interno, convida à desaceleração e ao silêncio em meio à vegetação abundante. O Loft do Casal, assinado por Juliana Dijck Arquitetura, trouxe uma atmosfera leve, com paleta neutra, iluminação quente e elementos naturais.


O Loft Santorini, assinado por Luiza Nogueira Arquitetura e Interiores, foi inspirado na música Azul, de Djavan, apostou no azul como protagonista e em materiais que remetem ao mar, à areia e ao movimento das ondas,  incluindo um banco feito a partir de uma antiga canoa reaproveitada do artista alagoano, mestre Nen.


Ambientes como o Ateliê da Colecionadora, assinado por Fábrica Arquitetura, com teto e paredes revestidos de tecido amarelo, exploraram a relação entre arte, iluminação e memória. Já o Living Brávia, assinado por Andréa Calabria Arquitetura, trouxe uma leitura contemporânea da brasilidade, inspirado no Vale do Catimbau, com madeira, tons terrosos e peças artesanais. 


O espaço Entre Dois Mundos, assinado por Tarcísio Dantas Arquitetura, propôs uma reflexão mais conceitual, inspirada na história de Lampião e Maria Bonita, explorando dualidades como união e solidão, tradição e modernidade.


O circuito se completa com lofts e lounges que reforçam temas como bem-estar, identidade e acolhimento. Entre eles, o Loft do Bem-estar, assinado por Cacau Araújo Arquitetura e Interiores, com destaque para a TV em posição central, o piso de porcelanato polido com estampa de mármore e os detalhes em tons dourados. Já o Lounge Shopping Recife, assinado por Lu Dias Arquitetura, se apresenta como um espaço de encontro e celebração, unindo sofisticação e acolhimento e traduzindo o estilo de vida contemporâneo por meio de objetos decorativos e porta-retratos com imagens da história do Shopping Center Recife.


E depois que a mostra acaba?


Após o encerramento da CASACOR, os caminhos dos ambientes seguem diferentes destinos. As plantas retornam para viveiros e sementeiras, os mobiliários, objetos, tapetes e cortinas voltam para suas lojas de origem, e as obras de arte retornam às galerias, muitas delas disponíveis para compra durante a mostra.


Na última semana acontece ainda o Special Sale, quando visitantes podem adquirir peças com descontos especiais e recebê-las após o término da exposição. Uma forma de levar para casa um pouco do que foi vivido ali.


Assista abaixo ao vídeo completo da minha experiência na CASACOR Pernambuco 2025:


A CASACOR PE 2025 reafirmou que a arquitetura vai além da forma: ela acolhe, provoca, conecta e desperta memórias. Quem passou pela mostra certamente saiu com ideias, referências e inspirações possíveis de levar para o dia a dia, muitas delas simples, acessíveis e cheias de significado.

Seguimos semeando sonhos, dentro e fora de casa.


Um beijo,

Fique com Deus e até o próximo post!



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