Habilidades para o futuro: como se preparar (de verdade) para o novo mundo do trabalho

A tecnologia está mudando tudo — e, no meio disso, há um espaço valioso para quem desenvolve competências humanas, pensa criticamente e não tem medo de se reinventar

Muito se fala que a Inteligência Artificial vai dominar a sociedade — e com ela, os nossos empregos. Em parte, isso é verdade. Algumas profissões já sentem os impactos, e outras estão sendo totalmente ressignificadas com o avanço da tecnologia.

No Brasil, essa nova realidade está crescendo rápido. A automação, os sistemas inteligentes e o uso de dados nas empresas vêm transformando rotinas de trabalho e exigindo novas habilidades. Essa mudança, que pode parecer ameaçadora à primeira vista, também abre espaço para a reinvenção profissional.

Minha trajetória e o impacto da tecnologia no jornalismo

Como jornalista, eu vivi (e sigo vivendo) essas mudanças de perto. Lembro com clareza da época da faculdade, lá por 2013, quando tive minha primeira cadeira voltada à internet. Naquele momento, a ideia de se trabalhar com o digital ainda era muito abstrata. As redes sociais digitais estavam engatinhando — o Orkut estava em declínio, o Facebook era a novidade, e o Instagram ainda era uma curiosidade recente.

Na época, um professor nos incentivou a criar um blog. O WordPress era a principal plataforma, e ainda se falava pouco sobre como jornalistas poderiam ser produtores de conteúdo para as redes, YouTube ou portais próprios. Eu cheguei a criar um blog, mas só em 2019 — anos depois e com mais maturidade profissional — nasceu o Conto&Reconto, aqui no Wix, com domínio pago.

A minha profissão sempre me provocou a não parar. E talvez por isso eu nunca tenha ficado longe do mercado por muito tempo. Só fiquei três meses desempregada em 2019, logo após encerrar uma sociedade em uma assessoria de comunicação. Depois disso, já estava mergulhada no universo da Educação a Distância da Universidade Federal de Pernambuco.

E é exatamente essa inquietação que, para mim, define uma das principais habilidades do futuro: a capacidade de aprender, se adaptar e não ter medo de começar de novo.

Tecnologia: ameaça ou aliada?

Desde 2023, eu utilizo o ChatGPT como uma ferramenta no meu dia a dia. Com responsabilidade, claro. Aprendi a explorar esse recurso por indicação de colegas da área de TI, quando ainda trabalhava no setor de ensino a distância. Eles me mostraram como essa tecnologia poderia facilitar — e muito — o trabalho de quem, como eu, estava sozinha no setor de comunicação.

Essas trocas foram preciosas, e me ajudaram a entender que a tecnologia não precisa ser vista como um vilão. O que ela exige é uma postura ativa diante das mudanças.

Segundo a pesquisa Bosch Tech Compass 2025, feita com mais de 11 mil pessoas em sete países, incluindo o Brasil, 53% dos entrevistados já usam IA no trabalho. Um outro dado importante vem da consultoria McKinsey, que aponta que mais de 70% das empresas no mundo adotam algum tipo de IA, seja para automatizar tarefas, seja para apoiar decisões estratégicas com base em dados.

No setor de comunicação, essa realidade já chegou com força: segundo a pesquisa da Aberje com a Cortex, 76% das empresas brasileiras integram IA às suas rotinas. Entre os principais usos está a criação de conteúdo para canais digitais (47%). Dentre os benefícios e vantagens da tecnologia:

• Economia de tempo (87%)

• Redução de custos (55%)

• Agilidade no reaproveitamento de conteúdos (51%)

Diante desse cenário, não dá mais para fingir que nada está acontecendo. O futuro do trabalho já começou, e ele pede novas competências — especialmente as humanas.

As principais habilidades para o futuro

Com base na minha trajetória, nas pesquisas recentes e no que tenho observado no mercado, destaco aqui as soft skills (habilidades comportamentais e emocionais) que considero fundamentais para quem quer se manter relevante na era da inteligência artificial:

1. Comunicação

Saber se expressar com clareza, empatia e estratégia é um diferencial enorme. Em tempos de sobrecarga de informações, quem comunica bem se destaca.

2. Vendas e persuasão

Seja vendendo um produto, uma ideia ou a si mesma numa entrevista, a capacidade de argumentar e gerar valor será cada vez mais essencial — principalmente para quem trabalha com empreendedorismo e conteúdo digital.

3. Networking

Construir relações profissionais sólidas, trocar experiências e estar inserido em comunidades é vital. O mercado se movimenta muito por indicação e conexão.

4. Curiosidade e aprendizado contínuo

Quem tem sede de aprender nunca fica ultrapassado. Essa é a habilidade que permite desenvolver todas as outras.

5. Resiliência, flexibilidade e agilidade

Mudanças, erros, desafios e recomeços fazem parte da jornada. Saber lidar com isso tudo sem perder a motivação é uma força que só cresce com o tempo.

6. Conhecimento tecnológico

Você não precisa ser programadora, mas precisa saber usar as ferramentas disponíveis. Entender o básico de inteligência artificial, automação e plataformas digitais já é uma necessidade, não um diferencial.

7. Autoconhecimento e motivação

Saber quem você é, quais são seus limites, forças, fraquezas e propósito é o que sustenta sua energia e direciona suas escolhas profissionais.

8. Pensamento crítico

A IA analisa dados em escala, mas quem toma decisões somos nós. Pensar criticamente, questionar e refletir com profundidade continua sendo uma das maiores fortalezas humanas.

O futuro não é robô, é humano

A Inteligência Artificial está longe de ser o fim da linha para os profissionais — ela é, na verdade, um novo começo. Cabe a nós escolher como vamos lidar com isso: com medo ou com estratégia.

No meu caso, eu escolhi aprender com a tecnologia, usar a meu favor e, acima de tudo, seguir me desenvolvendo. A revolução no trabalho está só começando — e você, já está se preparando para ela?

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Um beijo, fique com Deus e te espero no próximo post!

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