top of page
  • Foto do escritorDanielle Lins

Caminho de descobertas e novos horizontes para elas

Atualizado: 6 de fev. de 2020

Pesquisadora científica, Dayane desenvolve pesquisas desde a graduação e faz planos para o pós-doutorado fora do país. Crédito: Diêgo Albuquerque Fotografia
Pesquisadora científica, Dayane desenvolve pesquisas desde a graduação e faz planos para o pós-doutorado fora do país. Crédito: Diêgo Albuquerque Fotografia

São poucas as mulheres no Brasil que se aventuram a se dedicar no campo da ciência. A jovem Dayane de Melo Barros, de 26 anos, optou por esse caminho. “Além de conhecer e transmitir conhecimento teórico, produzimos conhecimento. Trabalhamos na perspectiva de gerar novos saberes para colaborar com a população, principalmente por sermos de uma universidade pública”, descreve.


Na flor da idade e disposta a alçar voos mais altos, Dayane é bacharel em Nutrição pelo Centro Acadêmico de Vitória – CAVUFPE, um dos polos da Universidade Federal de Pernambuco, é especialista em Vigilância Sanitária e Qualidade dos Alimentos, mestre em Saúde humana e Meio ambiente, e atualmente cursa doutorado em Bioquímica e Fisiologia Humana pela UFPE. Antes de iniciar o mestrado aproveitou para trabalhar e adquirir experiência. “Eu trabalhei em consultoria de alimentos, já fui RT de restaurantes (Responsável Técnica) e também na parte de nutrição esportiva em academia”, detalha.


A linha de pesquisa de Dayane é voltada à biotecnologia com ênfase em controle antimicrobiano, desenvolvendo caracterização e aplicação de moléculas bioativas em alimentos. “O foco da minha pesquisa é ter um produto (antimicrobiano natural) que seja aplicável em alimentos e que aumente o tempo de vida de prateleira desses alimentos, no meu caso é o queijo coalho, inibindo o desenvolvimento de bactérias patogênicas, principalmente as bactérias que são comuns no queijo, os Staphylococcus aureus e Salmonella spp, Listeria monocytogenes e coliformes termotolerantes (conhecidos popularmente como coliformes fecais)”, explica.


O queijo coalho é considerado patrimônio cultural do Nordeste, a maior parte dele é de origem artesanal, não há controle de qualidade. Pensando nisso, Dayane utiliza em suas pesquisas as moléculas a serem aplicadas no queijo coalho, alimento perecível com o perfil de umidade elevado e com bactérias patogênicas. “Aplico no queijo um antimicrobiano natural na forma líquida, encontrado no cravo da Índia, para combater as bactérias patogênicas. Essa aplicação aumenta o tempo de vida de prateleira do alimento, ou seja, ele dura mais tempo. Aí a indústria vai vender um alimento com a validade de seis a sete meses, por exemplo”, especifica.


Em relação às dificuldades, Dayane expõe a falta de reconhecimento, remuneração e equipamentos. “O profissional do âmbito de pesquisa científica ainda não recebe tanta valorização aqui no Brasil. É preciso primeiro investir na cultura da ciência para que as pessoas valorizem e comecem a se interessar por essa área. Não é tão lucrativa, principalmente porque exige resultados, dedicação e cumprimento de prazos. Além disso, tem a dificuldade de adquirir insumos, equipamentos para desenvolver a pesquisa. A gente vai tentando com o que pode, fazendo parcerias com laboratórios de outras universidades, é o famoso “se vira nos 30””, comenta rindo.


Versátil, comunicativa, interessada em ser proativa e colaborar com a sociedade, Dayane acredita que a mulher tem que ser determinada e disposta a novas oportunidades. “Uma mulher que flui sozinha enquanto ser pensante, que consiga adentrar em diversos espaços com os seus pensamentos individuais, opinião própria, que saiba do seu valor e de que o seu conhecimento gera algum proveito. Apesar de algumas pessoas terem a impressão de que o cientista ou o pesquisador é cético, eu sou evangélica, tenho minha crença firmada, então se tiver fé em Deus e perseverança naquilo que você acredita seu futuro é promissor”, diz.


Faltam dois anos e meio para concluir o curso e ela já imagina o próximo passo. “Pretendo fazer o meu pós-doutorado no Brasil ou na Espanha, continuar em pesquisa acadêmica, na área de docência e desenvolver em paralelo algumas pesquisas cientificas relacionadas a produtos naturais”, finaliza.


Gostou desse conteúdo? Deixe o seu comentário e compartilhe com os amigos.

146 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page