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Foto do escritorDanielle Lins

Elo que perdura de geração a geração

Atualizado: 30 de jan. de 2020

Drª Marilda é uma das mais antigas pediatras da cidade e na metade do ano vai assumir o cargo de governadora assistente do Rotary Club de Vitória. Crédito: Diêgo Albuquerque Fotografia
Drª Marilda é uma das mais antigas pediatras da cidade e na metade do ano vai assumir o cargo de governadora assistente do Rotary Club de Vitória. Crédito: Diêgo Albuquerque Fotografia

Natural da cidade de Sorocaba, em São Paulo, a pediatra Marilda Proaska Batista, de 62 anos, com descendência alemã e espanhola, veio para Vitória de Santo Antão ainda adolescente. “Meu pai é alemão e minha mãe descendente de espanhol. Nasci em Sorocaba, vim para cá com 15 anos quando meu pai veio montar uma indústria. Estudei no Recife na época da faculdade, depois casei com um nordestino e voltei para Vitória”, relembra.


Com 38 anos de formada, especialista em Neonatologia, Medicina do Trabalho e Ergonomia, Marilda conta que antes de decidir por Medicina pensou em fazer Engenharia, mas o pai a fez mudar de ideia. “Medicina é um curso muito amplo, tem uma variedade muito grande, eu fui me envolvendo com a pediatria, eu digo que as especialidades vão conquistando aos poucos, daí decidi fazer”, afirma.


Desde 85, Marilda tem consultório próprio, por muitos anos trabalhou em um hospital público e já atendeu em média 400 crianças em uma semana. “Na prefeitura eu fazia puericultura, que é acompanhar crianças mês a mês, ver o desenvolvimento delas. Antes eu fazia muito mais sala de parto, o Hospital João Murilo tem uma média de 200 partos por mês, eu atendia 16 crianças por dia no posto e depois no consultório atendia mais 20 convênios, de 16 a 20 crianças toda tarde”, conta sorrindo.


Marilda explica que a pediatria permite uma ligação forte entre ela, a criança e a família da mesma, o que a fez ter um envolvimento maior com a cidade. “Eu agora vou pegar um recém-nascido aí o pai me diz: A senhora me pegou. Eu respondo: Não espalhe isso para ninguém. Então eu acompanhei uma geração inteira porque só eu fazia puericultura na prefeitura. A pediatra cria uma afinidade maior, um elo de confiança. Já fui convidada para ser madrinha de bebê, participei de muitos aniversários de crianças”, detalha.


Inquieta, Marilda sempre buscou inovar na área, teve a necessidade de participar de congressos e trazer as novidades aos pacientes. No consultório, fez os primeiros testes do pezinho e trouxe as primeiras vacinas especiais. “Sou meio ligada no 220, sempre quis dar a minha clientela algo que todo mundo tinha direito, mas ainda não tinha chegado aqui. Sempre gostei de inovar nesse ponto porque o meu espírito é inquieto, não consigo ficar parada, tenho que estar fazendo algo”, ressalta.


Hoje, Marilda está reduzindo mais a rotina em busca de melhor qualidade de vida. Aposentada pelo Estado e pela Prefeitura, agora dedica o tempo à Medicina do Trabalho em duas empresas, e no consultório. “Estou deixando Neonatologia porque é uma coisa que não tem hora e focando em Medicina do Trabalho porque é mais planejada, os horários são mais regulares. Fazia puericultura todos os dias, agora eu vou à empresa três vezes na semana e três horas por dia, é outra rotina”, explica.


Prática e objetiva, Marilda conseguiu administrar a vida a partir da organização. “Tenho casa, sou casada, tenho quatro filhos e uma neta. O maior desafio é conseguir coordenar isso tudo com prazer, sem ser por obrigação. Agora está mais fácil porque me aposentei de alguns vínculos, tenho mais tempo para ver a minha casa, fazer feira porque nada disso eu fazia mais. Já passei muito sufoco de estar no plantão com minha filha doente com sarampo, mas botava debaixo do braço e a levava comigo”, finaliza.


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